Prática contraria os mais pessimistas em relação às novas tecnologias, que acreditam que estamos nos tornando mais dependentes — e preguiçosos
ChatGPT, Gemini, Meta AI, DeepSeek. Em meio a tantas facilidades promovidas pela Inteligência Artificial, há quem diga que tais ferramentas têm tornado as pessoas cada vez mais dependentes, comprometendo o desenvolvimento de competências relevantes.
Não é o que parece indicar, no entanto, a experiência dos usuários: em um estudo recente, que investigou as habilidades digitais da população, 7 em cada 10 brasileiros entrevistados revelaram, na verdade, utilizar as IA como “professoras” — aprimorando uma ou mais habilidades digitais via tutoriais, materiais de estudo e explicações automatizadas.
Os dados são de uma pesquisa realizada pela Locaweb em parceria com a Conversion (confira aqui), que, nas últimas semanas, buscou compreender como pessoas de diferentes contextos avaliam as próprias aptidões tecnológicas, entre o que sentem mais dificuldade quando o assunto é dominar a internet, as exigências atuais do mercado de trabalho e, claro, os impactos das novas tecnologias na obtenção do conhecimento.
Durante o levantamento, aliás, a maioria dos respondentes admitiram que, mesmo com a ajuda da IA, entraram em 2025 com muitas dúvidas em relação a certas expertises ligadas ao universo online.
Analisar dados e métricas (51,2%), vender infoprodutos, como e-books, videoaulas e podcasts, (46,8%) e, ainda, criar um site ou blog (44,8%) estariam no topo da lista das maiores dificuldades dos ouvidos.
Habilidades digitais: o que os brasileiros menos dominam em 2025?
Se, no ano passado, dados da Anatel já mostravam que apenas 29% dos brasileiros dominam práticas eletrônicas básicas (como copiar e colar um arquivo, anexar documentos a um e-mail e duplicar uma imagem), algo que o levantamento reforça é como, em 2025, o que não faltam são dúvidas relacionadas ao ambiente digital, que persistem independentemente da região ou geração dos entrevistados.
Não por acaso, após serem indagados a respeito do que ainda não dominam digitalmente, parte dos respondentes foram enfáticos: não se sentem capazes de criar um site ou blog (44,8%), fazer uma live (44%), montar formulários (31%) ou produzir e vender infoprodutos (46,8%), seja um curso online ou e-book.
Certos ouvidos também pontuaram não saber como criar um e-mail profissional próprio (26,4%), bem como integrar a própria conta a outras ferramentas (50,8%).
A mais desafiadora entre as habilidades, de toda maneira, é outra: analisar dados e métricas — que parece refletir não apenas certa falta de proximidade com o digital, mas pouco contato com o mundo dos números em um país com um dos piores desempenhos em matemática do mundo — como já havia destacado o Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências em 2024.
Menos habilidades, menos oportunidades?
Ora, mas se, aparentemente, cada passo do mercado parece acompanhar o que há de mais novo tecnologicamente, quais seriam os impactos de não se dominar uma competência digital em 2025? Ao menos na visão dos entrevistados, a resposta é simples: não se sentir apto para embarcar em novos projetos e oportunidades de emprego, realidade vivida por 50% dos ouvidos.
Para eles, nos próximos doze meses, se destacará profissionalmente não só quem vive atento ao que pedem as empresas, mas especialmente aqueles que já dominam a Inteligência Artificial (81%), sabem gerenciar anúncios em diferentes plataformas (57,2%) e têm uma boa relação com as métricas e dados (45%) — os diferenciais que acreditam ser os mais promissores daqui para frente.
Além dos cursos de capacitação e treinamentos, a estratégia, vale dizer, tem sido apostar em tecnologias como o ChatGPT, Meta AI e Deepseek para se aprimorar e driblar os desafios.
Para se ter uma ideia, graças às recomendações, tutoriais e correções personalizadas das IA, 7 em cada 10 respondentes compartilharam: já melhoraram uma ou várias competências digitais recentemente — só mais um entre os impactos positivos da chegada da Inteligência Artificial na vida dos brasileiros.
Metodologia
Para compreender as habilidades digitais mais desafiadoras no país, nas últimas semanas, foram entrevistados 500 brasileiros adultos (maiores de 18 anos) residentes em todas as regiões e conectados à internet.
O índice de confiabilidade foi de 95%, e a margem de erro foi de 3,3 pontos percentuais.
Ao todo, os respondentes tiveram acesso ao total de 5 questões, que exploraram as competências que menos dominam, seus impactos na carreira e o que têm feito para se tornarem mais habilidosos digitalmente.
A organização das respostas possibilitou a criação de diferentes rankings, nos quais você confere o percentual de cada alternativa apontada pelos entrevistados.
André Lúcio Eloi
Conversion News (85) 99740-6597
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