Inúmeras causas determinam o aumento dos casos de vírus respiratórios
Fonte: Imagem Canva Araguaína (TO) – O aumento dos casos de gripe, acende o alerta sobre os cuidados preventivos para evitar transmissão do vírus.
O médico infectologista do Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT/Ebserh), Tobias Garcez de Jesus Junior, destaca que a sazonalidade entre outono e inverno, em que as pessoas permanecem mais tempo em ambientes fechados, facilita a transmissão do vírus.
De acordo com o infectologista, inúmeras causas determinam o aumento de casos de vírus respiratórios, sendo sua principal complicação a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Além disso, as temperaturas baixas favorecem a sobrevivência do vírus e fragilizam as vias aéreas. A baixa adesão às campanhas de vacinação contra a gripe é um determinante para o atual surto de Influenza A no Brasil.
“A cobertura vacinal contra a gripe no Brasil, até 26 de junho de 2025, atingiu apenas 41,28% do público-alvo, segundo dados do Ministério da Saúde, a meta estabelecida para a campanha é de 90% dos grupos prioritários”, informa Tobias Garcez.
Como prevenir os casos?
O médico infectologista do HDT ressalta que a principal medida preventiva continua sendo a vacinação.
As pessoas também podem tomar medidas úteis no dia a dia que previnem os casos, a exemplo da higienização das mãos após tossir e espirrar, além de evitar aglomerações e locais fechados com pouca ventilação e usar máscaras ao apresentar sintomas gripais ou durante o cuidado de pessoas com gripe.
Tobias Garcez ressalta ainda que a vacinação contra gripe é a melhor medida para evitar hospitalizações, “a vacinação contra a gripe é a forma mais eficaz de prevenir casos graves e reduzir o risco de hospitalizações e óbitos.
Embora não impeça totalmente a infecção em todos os casos, ela diminui significativamente a gravidade dos sintomas, as complicações e a necessidade de internação”, ressalta o profissional.
O especialista ainda destaca a importância do controle das comorbidades que podem evoluir de forma mais rápida para a SRAG.
“É fundamental tratar adequadamente a diabetes, a hipertensão arterial sistêmica e os problemas pulmonares preexistentes, que podem agravar um quadro de gripe e levar à evolução para a SRAG”, afirma Garcez.
Grupo de riscos
Os casos de vírus respiratórios podem ser mais graves em crianças, idosos e gestantes.
“Esses são considerados alguns grupos prioritários para vacinação em que possuem risco aumentado para SRAG”, disse Tobias Garcez.
O profissional explica que os idosos fazem parte do grupo prioritário pelo fato do sistema imunológico estar no processo de imunossenescência, tornando-os mais suscetíveis a infecção, além de comorbidades que debilitam ainda mais o organismo.
Já as gestantes sofrem alterações no sistema imunológico e respiratório para acomodar o crescimento do feto, “essas mudanças podem deixá-las mais susceptíveis a infecções respiratórias” pontua o especialista.
Nas crianças, o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento e é menos eficiente no combate ao vírus.
Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e vacinação
O HDT atua de forma complementar ao Sistema único de Saúde (SUS) no combate aos vírus respiratórios. O hospital possui serviço para atender casos de infecções respiratórias.
Na região Norte, a vacinação é realizada no segundo semestre (setembro), durante o que é conhecido como “Inverno Amazônico”, que é o período de maior incidência de doenças respiratórias e, consequentemente, de maior circulação do vírus da Influenza nessa região.
Tobias Garcez explica que o VSR, geralmente, afeta lactentes e crianças, determinando uma bronquiolite grave de importante morbimortalidade.
O VSR também acomete idosos e apresenta mortalidade ainda subnotificada. “A vacina contra o VSR é dose única licenciada para gestantes entre 24 e 36 semanas e idosos acima de 60 anos de idade”, lembra o infectologista.
A partir do segundo semestre deste ano, o SUS passará a oferecer a vacina para gestantes, com o objetivo de proteger os recém-nascidos contra a bronquiolite e pneumonia causadas pelo VSR.
Sobre a Ebserh
O HDT-UFT faz parte da Rede Ebserh desde 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Ascom HDT-UFT/Ebserh