
O Rio Verde, localizado em Água Clara (MS), enfrenta uma das maiores baixas de nível dos últimos 40 anos, segundo relato da AURV (Associação Unidos pelo Rio Verde). A situação foi detalhada em entrevista concedida ao site Fatos Regionais, na qual os representantes da entidade alertaram para os riscos ambientais e sociais provocados pela seca prolongada e pela retenção de água no reservatório da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) São Domingos.

A diminuição do volume de água tem comprometido a navegação, com pedras antes submersas agora expostas, dificultando o tráfego de embarcações e aumentando o risco de acidentes. Além disso, a desova dos peixes está atrasada, já que muitos não conseguem subir o rio em razão da baixa vazão. Outro ponto de preocupação é a segurança dos banhistas, que continuam a saltar da ponte em áreas onde há trilhos no fundo do leito, o que pode resultar em ferimentos graves.
O assoreamento do rio e o acúmulo de lixo nas margens também foram destacados pela AURV como fatores que agravam a situação. Montanhas de resíduos despejados ao longo do curso do rio contribuem para a degradação do ecossistema e dificultam a recuperação natural da área. A associação tem realizado ações de limpeza e plantio de árvores nativas como forma de mitigar os impactos e promover a conscientização ambiental.
Ações da AURV
Entre as iniciativas promovidas pela AURV está a realização da 12ª edição do Bóia Cross, considerado o maior evento aquático em descida de boia do Estado. O evento, além de movimentar o comércio local e fortalecer o turismo, tem servido como instrumento de mobilização social, chamando atenção para a necessidade de preservação do Rio Verde. A associação destaca que o engajamento da comunidade tem sido fundamental para manter viva a causa ambiental.

A AURV agradeceu aos parceiros que têm contribuído com ações sociais e de lazer voltadas à proteção do Rio Verde. A entidade reforça que, apesar das dificuldades, é possível reverter parte dos danos com o apoio da sociedade e o comprometimento das autoridades. O momento é de alerta, mas também de mobilização para garantir que o Rio Verde continue sendo fonte de vida, lazer e identidade para a região.
João Maria Vicente
Foto – João Maria Vicente/AURV