Bairro Paranapunga pede socorro em Três Lagoas: moradores convivem com abandono e aumento alarmante de usuários de drogas

Terça, 07 Outubro 2025 06:32

Bairro Paranapunga pede socorro: moradores convivem com abandono e aumento alarmante de usuários de drogas

O clima de insegurança e descaso tomou conta do Bairro Paranapunga. O que antes era uma comunidade pacata e familiar, hoje enfrenta uma crise social que parece não ter fim.

A presença constante de moradores de rua — muitos deles em situação de dependência química — tem gerado medo, revolta e um clamor urgente por soluções por parte da população local.

“Não é mais só uma questão de urbanismo ou limpeza. Estamos falando de saúde pública, segurança e dignidade — tanto dos moradores de rua quanto dos cidadãos que pagam seus impostos e não conseguem mais viver em paz”, relata Dona Márcia, moradora do bairro há mais de 30 anos. 

Segundo relatos, é comum ver grupos de pessoas em situação de rua utilizando entorpecentes em plena luz do dia, em calçadas, praças e até mesmo em frente a escolas. O medo é constante.

“Minha filha não pode mais brincar na praça. Tem seringas no chão, gente alterada o tempo todo, barulho à noite… É um inferno”, desabafa Carlos Henrique, pai de dois adolescentes. 

O sentimento geral é de abandono por parte do poder público. Embora algumas ações pontuais tenham sido realizadas, como recolhimento de entulho e abordagens sociais, moradores afirmam que as medidas são insuficientes e sem continuidade.

“Eles vêm, fazem uma ronda, tiram uma ou duas pessoas, e no dia seguinte está tudo igual ou pior”, comenta Luciana, comerciante da região. 

A situação do bairro reflete uma crise maior que atinge diversas cidade brasileiras: o crescimento da população em situação de rua e a falta de estrutura pública para lidar com questões como dependência química, saúde mental, moradia e reintegração social. 

Especialistas apontam que o combate ao problema exige uma abordagem multifatorial. “Não se trata apenas de remover pessoas das ruas.

É necessário oferecer acolhimento, tratamento, oportunidades e, acima de tudo, políticas públicas permanentes e bem geridas”, afirma o sociólogo Eduardo Ribeiro, que pesquisa desigualdade urbana há mais de uma década. 

O apelo da comunidade 

Enquanto o poder público ensaia promessas e discursos, a população do Paranapunga segue convivendo com a degradação de seu bairro.

Os moradores pedem mais do que ações paliativas: querem presença contínua de assistência social, policiamento adequado, programas de saúde pública e uma gestão comprometida com o bem-estar de todos. 

“Não queremos criminalizar essas pessoas. Sabemos que muitos são vítimas de um sistema falho. Mas nós também somos vítimas — do abandono, da omissão, da falta de respeito com quem vive aqui e tenta construir uma vida digna”, conclui o aposentado João Batista. 

O Bairro Paranapunga está gritando por socorro. A pergunta que fica é: até quando vai ser ignorado?

FONTE: JORNAL RAIO X 

Gazeta da Região republicou