Fórum Democrático aborda a importância das práticas conservacionistas 

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Técnicas podem reduzir em até 40% as perdas devido às adversidades climáticas

As mudanças climáticas e o futuro da agricultura e da pecuária no Rio Grande do Sul foram o tema central do Pacto RS 25 – Fórum Democrático, realizado na manhã desta quarta-feira (3/9), na Expointer.

O chefe geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, e o professor Jean Minella, do Departamento de Solos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), abordaram a importância da adoção de práticas conservacionistas, que podem reduzir em até 40% as perdas devido às adversidades climáticas.

Minella falou sobre as imposições do clima para a atividade agrícola. “Hoje temos um risco climático muito importante, com forte impacto econômico e social”, enfatizou. O especialista abordou os problemas e os processos relacionados ao escoamento superficial em áreas agrícolas e as adaptações necessárias. A compactação do solo, a insuficiente quantidade de biomassa, a ausência de controle do escoamento e a destruição das áreas hidrologicamente frágeis estão entre os desafios citados pelo professor.

“A presença de práticas conservacionistas aumenta a produtividade, decorrente do aumento da disponibilidade de água no solo”, afirma Minella, mencionando como exemplo o terraço. O professor ressalta que é muito mais barato apoiar o agricultor para a implementação dessas práticas do que para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. “As práticas conservacionistas são práticas produtivistas”, acrescentou.

O chefe geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, também falou sobre boas práticas de campo. Entre as providências, destacou que é necessário favorecer a taxa de infiltração de água e a adequação do teor de nutrientes para melhoria da qualidade físico-química do solo.

A calagem adequada e o sistema plantio direto com a diversificação de culturas foram algumas das práticas de manejo lembradas. Por meio destas técnicas, afirma Lemainski, é possível ter mais renda, menos risco, resiliência climática e estabilidade produtiva.

“Quando o agricultor adota essas práticas, e quando ele fala para outro agricultor da sua experiência, aí é que nós atingimos o nosso papel da tríade: ensino, pesquisa e extensão”, disse o diretor técnico da Emater, Claudinei Baldissera.

“Entendemos que a agropecuária brasileira e gaúcha tem múltiplas agendas e desafios, mas o debate tratou dos desafios relacionados à intensificação produtiva e sustentável nas grandes culturas. Os dados meteorológicos mostram que o clima alterou, com precipitação anual maior e mais concentrada. As práticas agropecuárias não foram ajustadas a este novo contexto, na verdade regrediram”, disse o superintendente do Ministério da Agricultura (Mapa) no Rio Grande do Sul, José Cleber Souza.

“Os Planos Safras do governo Lula têm estimulado a adequação ambiental e a adoção de práticas sustentáveis, mas frente a este contexto, entendemos que há necessidade de intensificarmos as ações”, comentou.

O Mapa é um dos apoiadores do evento. O objetivo é chamar a atenção para a importância das práticas propostas pela Embrapa.

Este foi o 3º Grande Debate do Pacto RS 25. O Fórum Democrático ocorreu no auditório da Administração do Parque Assis Brasil, reunindo especialistas, lideranças e representantes do setor para debater soluções e caminhos sustentáveis para a agricultura e a pecuária gaúcha diante dos desafios climáticos.

Fotos: Bruna Karpinski

Bruna KarpinskiJornalista | Assessora de imprensa (DRT/RS 12.847)Consultora de comunicação – Ministério da Agricultura/RS

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