Janet nomeia quatro procuradores da Lava Jato para gerir Grupo de Trabalho

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, nomeou quatro ex-procuradores da Lava Jato para um grupo de trabalho do Ministério Público que tem o objetivo de aperfeiçoar o controle e o acompanhamento das investigações policiais em todo o país. A criação do GT se insere na Estratégia Nacional de Segurança Pública.

O GT foi instituído no dia 5 de abril por uma portaria do Conselho Nacional do Ministério Público assinada por Gonet, que é o presidente do órgão. Entre os integrantes do GT designados na portaria estão:

Anna Carolina Resende Maia Garcia, que atuou com o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot em casos da Operação Lava-Jato;

Andrey Borges de Mendonça, que fez parte da Força-Tarefa da Lava Jato em Curitiba e, como Anna Caroline, do Grupo de Trabalho da Lava Jato na PGR;

Douglas Fischer, que foi coordenador jurídico e coordenador de investigações sobre políticos da Lava Jato, também atuando com Janot;

Monique Cheker, que integrou a equipe da Lava Jato no Rio de Janeiro.

Monique Cheker se notabilizou por ter dito, em mensagem de Telegram a outros procuradores – mensagem revelada pela Vaza Jato -, que Lula “fez discurso político (travestido de despedida) em pleno enterro” do neto e por insinuar que ministros do Supremo “ganham por fora” para beneficiar os “companheiros”.

O nome que mais chama atenção, porém, é o da procuradora Anna Carolina Resende, que confabulou com Deltan Dallagnol para tentar interferir na definição do substituto de Teori Zavascki na relatoria da da Lava Jato no Supremo, após a morte de Teori, conforme também revelado pela Vaza Jato.

“Deltan, fale com Barroso”; “insista para ele ir pra 2 Turma”; “Fachin não eh ruim mas não eh bom como Barroso”; “os outros ministros devem ter ciúmes dele, pq sabem que ele brilharia na LJ”, disse Anna Carolina a Dallagnol, por Telegram, no dia 1º de fevereiro de 2017, 13 dias depois de Teori morrer num acidente de avião.

Antes disso, um ano antes, no dia 5 de março de 2016, dia seguinte à condução coercitiva de Lula pela Lava Jato, Anna Carolina mandou a seguinte mensagem aos procuradores do Paraná, em conversa obtida pela Operação Spoofing:

“Pessoal, fiquei pensando que precisamos definir melhor o escopo pra nós dos acordos que estão em negociação. Depois de ontem, precisamos atingir Lula na cabeça (prioridade número 1), pra nós da PGR, acho q o segundo alvo mais relevante seria Renan [Calheiros]. Sei que vcs pediram a ODE [empreiteira Odebrecht] que o primeiro anexo fosse sobre embaraço das investigações. Achei excelente a ideia mas agora tenho minhas dúvidas se o tema é prioritário e se é oportuno nesse momento. Não temos como brigar com todos ao mesmo tempo. Se tentarmos atingir ministros do STF, por exemplo, eles se juntarao contra a LJ, não tenho dúvidas. Tá de bom tamanho, na minha visão, atingirmos nesse momento o min mais novo do STJ. acho que abrirmos mais uma frente contra o Judiciário pode ser over. Por outro lado, aqueles outros (lula e Renan) temas pra nós hj são essenciais p vencermos as batalhas já abertas”.

No mesmo dia, em outra mensagem a Curitiba, Anna Carolina falou em “conseguirmos mais elementos contra o infeliz do Lula”.

Agora, o atual PGR, nomeado por Lula, nomeou Anna Carolina Resende para ser coordenadora adjunta, a número dois de um GT para aperfeiçoar, no Brasil, o controle das investigações policiais.

Publicado no Come Ananás: https://www.comeananas.news/…/gonet-nomeia-ex…

Por Mônica Bergamo

Jornalista e colunista