* José Expedito
“A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao Senhor da messe que mande operários para sua messe” (Mt 9, 37-38).
Este apelo de Jesus a seus discípulos se repete a cada ano durante o “Mês Vocacional” e sempre ganha um sentido novo dentro do tema escolhido pela Igreja para despertar e incentivar os diversos chamados ao serviço da evangelização.
Há 44 anos, a Igreja no Brasil escolheu agosto para refletir e rezar pelas diversas vocações. A escolha deste mês está ligada à festa de São João Maria Vianney, padroeiro dos párocos e vigários paroquiais, que é celebrada no dia 4 de agosto.
Inicialmente, o mês vocacional tinha como alvo a vocação específica ao sacerdócio, porém, no decorrer dos anos, passou-se a abordar também a vocação religiosa e a vocação dos missionários leigos e leigas, nas pastorais e movimentos, com destaque para o ministério da catequese.
Todos esses chamados estão contidos na vocação universal à santidade, que recebemos no batismo, para o nosso crescimento espiritual e testemunho diante da comunidade e do mundo.
Neste ano de 2025, marcado pelo jubileu, a Igreja segue o tema proposto pelo Papa Francisco: “Peregrinos porque chamados”, com o lema: “A esperança não decepciona porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações” (Rm 5,5).
A esperança é a virtude que fundamenta toda vocação e, consequentemente, toda missão. Por isso, o forte apelo para que todos sejamos, no mundo, sinais de esperança.
Somos chamados a descobrir o amor de Deus por cada um de nós, para que sejamos homens e mulheres de esperança.
Na organização prática do “Mês Vocacional”, a cada semana procura-se tratar de um tema específico, na perspectiva da vocação batismal à santidade.
A primeira semana é dedicada à vocação ao ministério ordenado (diácono, presbítero e bispo). Na segunda semana, celebra-se a vocação ao matrimônio e à vida familiar.
A terceira semana é dedicada à vocação religiosa, à vida consagrada (religiosos e religiosas); e, na quarta semana, a Igreja enfatiza os ministérios e serviços na comunidade (leigos e leigas).
Durante o mês vocacional, de maneira particular aos domingos, além da reflexão do tema da semana, as comunidades são incentivadas a incluir preces especiais para que não faltem sacerdotes na condução das igrejas locais.
O mês de agosto desperta em cada um de nós a consciência de que o verdadeiro vocacionado na Igreja é enviado para transformar as estruturas deste mundo, em conformidade com o Reino de Deus, que começa aqui e agora, para se completar na eternidade. Àqueles que chamou, Jesus ordenou: “Andando pelo caminho, anunciai que o Reino dos Céus está perto (…) De graça recebestes, de graça deveis dar” (Mt 10,7-8).
* José Expedito da Silva é jornalista e comentarista no “Café da Manhã”, jornal diário da Rádio Canção Nova