Obesidade infantil cresce no Brasil e especialistas alertam: prevenção deve começar cedo

Mais de um terço das crianças e adolescentes brasileiros já enfrentam sobrepeso ou obesidade, segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2024. O aumento preocupa médicos e reforça a importância de hábitos saudáveis desde a infância.

O problema, que antes parecia distante, hoje está cada vez mais presente nas famílias brasileiras. A obesidade infantil está ligada a riscos metabólicos, hormonais e cardiovasculares já nos primeiros anos de vida — e pode afetar o crescimento, a respiração, o coração e até a autoestima das crianças.

De acordo com a endocrinologista pediátrica Patrícia Amorim, do Sabin Diagnóstico e Saúde, o acompanhamento médico é fundamental para detectar precocemente os sinais de desequilíbrio. “Mesmo crianças sem sintomas aparentes podem precisar de exames laboratoriais, especialmente quando há histórico familiar de obesidade ou doenças metabólicas”, explica.

Entre os exames recomendados estão hemograma completo, glicemia de jejum, perfil lipídico, exame de urina (EAS) e dosagens hormonais. Segundo a especialista, esses testes ajudam a identificar alterações que ainda não se manifestaram clinicamente.

Patrícia também alerta que o excesso de gordura pode influenciar o desenvolvimento hormonal. “É comum observar o surgimento precoce de pelos, brotos mamários ou até menstruação antes da idade esperada. Esses sinais precisam ser investigados para descartar causas patológicas”, destaca.

Um alerta silenciosoDados do Atlas Mundial da Obesidade 2024 mostram que 34% das crianças e adolescentes brasileiros entre 5 e 19 anos estão com sobrepeso ou obesidade. O cenário deve piorar: a previsão é que, até 2035, o índice chegue a 50%.

As principais causas são conhecidas — má alimentação, sedentarismo e o uso excessivo de telas. “Após a pandemia, percebemos uma queda significativa na prática de atividades físicas entre as crianças, o que impactou diretamente no aumento do peso”, observa a endocrinologista.

Para prevenir o sobrepeso e suas consequências, a médica recomenda atividade física pelo menos três vezes por semana, por cerca de uma hora por sessão, além de uma alimentação rica em frutas, verduras, legumes e proteínas saudáveis.

Reduzir o consumo de refrigerantes, bebidas açucaradas, ultraprocessados e fast food também é essencial. “A prevenção ainda é o melhor caminho. Pequenas mudanças na rotina familiar podem garantir uma infância mais saudável e um futuro com menos riscos de doenças crônicas”, conclui.

Fonte: Profissionais do Texto

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