
A morte precoce da cantora Preta Gil, aos 49 anos, por complicações de um câncer colorretal, comoveu o país e reacende um alerta urgente: o câncer de intestino cresce de forma alarmante no Brasil e no mundo. Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer) é o segundo tipo mais frequente entre mulheres e o terceiro entre homens. A detecção precoce salva vidas, mas a verdadeira chave está na prevenção primária — construída diariamente por meio de hábitos saudáveis. Quem cama a atenção para essa situação é o médico cardiologista, João Jackson Duarte, com ação voltada para a medicina integrativa. Quem deve fazer colonoscopia preventiva? De acordo com o médico, a colonoscopia é um exame fundamental para detectar lesões precursoras do câncer, como pólipos. Ela deve ser realizada de forma preventiva por:* Pessoas a partir dos 45 anos, mesmo sem sintomas. * Indivíduos com histórico familiar de câncer colorretal (parentes de primeiro grau). * Portadores de doenças inflamatórias intestinais crônicas (como retocolite ulcerativa e doença de Crohn). * Pacientes com síndromes genéticas de predisposição ao câncer (como síndrome de Lynch). * Pessoas com sintomas persistentes no trato gastrointestinal. Sinais e sintomas de alerta para o câncer colorretalMuitas vezes silencioso, o câncer de intestino pode se manifestar tardiamente, por isso a necessidade de estar atento a sinais como alterações persistentes no hábito intestinal (constipação ou diarreia prolongadas); presença de sangue nas fezes (vermelho vivo ou escuro, tipo borra de café); fezes muito finas ou em fita; sensação de evacuação incompleta; dor ou desconforto abdominal frequente; perda de peso inexplicada; fadiga excessiva ou anemia sem causa definida; náuseas e vômitos, especialmente em casos de obstrução intestinal. Esses sintomas, de acordo com doutor Jackson, merecem investigação, sobretudo em maiores de 45 anos ou com fatores de risco. A saúde intestinal como chave preventiva: o papel do butiratoO médico explica que a Medicina Integrativa propõe uma abordagem ampliada, que complementa o tratamento tradicional com estratégias nutricionais e de estilo de vida. Um dos alicerces dessa visão é o cuidado com a microbiota intestinal, reconhecida hoje como um elo essencial entre imunidade, metabolismo e câncer. Nesse contexto, destaca-se o butirato, um ácido graxo de cadeia curta classificado como pós-biótico. Ele é produzido no intestino pela fermentação de fibras prebióticas por bactérias benéficas. Suas funções são notáveis pois protege a mucosa intestinal; reduz a inflamação local; inibe o crescimento de células tumorais e fortalece a barreira intestinal e o sistema imune. Segundo ele, dietas pobres em fibras e ricas em ultraprocessados reduzem drasticamente a produção de butirato, aumentando a vulnerabilidade do intestino a mutações e lesões inflamatórias. Já o consumo de vegetais, leguminosas, sementes, aveia e fibras solúveis estimula a flora saudável e o metabolismo do butirato. Prevenção prática: alimentação, exames e suplementação Além de colonoscopia e testes de sangue oculto nas fezes, exames mais modernos — como o perfil da microbiota intestinal (microbioma intestinal) e do metaboloma fecal — já permitem mapear bactérias protetoras ou patogênicas, bem como a capacidade de produção de butirato. A presença elevada de Fusobacterium nucleatum e baixa diversidade microbiana já foram associadas a maior risco de câncer colorretal. “Suplementos também podem ter papel complementar, corrigindo deficiências silenciosas (como vitamina D, magnésio, zinco, complexo B) e reduzindo inflamação por meio de compostos como curcumina, ômega-3 e polifenóis”, sugere o especialista. Um chamado à consciência A despedida de Preta Gil é dolorosa, mas deixa uma lição poderosa: é possível prevenir grande parte dos cânceres de intestino com educação, rastreamento e escolhas cotidianas. Cuidar da saúde intestinal, promover o butirato por meio de fibras, cultivar uma microbiota saudável e fazer os exames no tempo certo são medidas ao alcance de todos. “Prevenção é ato de amor-próprio. E saúde é muito mais que ausência de sintomas — é presença de vitalidade, atenção e consciência”, finaliza o médico. Assessoria de Comunicação VW Comunicação |