
Um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra a dimensão do impacto do consumo de bebidas alcoólicas no país. Em 2019, foram contabilizadas mais de 104 mil mortes atribuídas ao álcool, o que equivale a cerca de 12 óbitos por hora.
Além da perda de vidas, o custo econômico também foi alto: estima-se um gasto de R$ 18,8 bilhões com tratamentos de saúde, previdência e queda de produtividade no mesmo período. A pesquisa ressalta ainda que os homens são os mais afetados, representando mais de três em cada quatro vítimas.
De acordo com as projeções do estudo, uma redução de 20% no consumo de álcool poderia evitar até 20 mil mortes anuais, o que significa quase duas vidas preservadas por hora. O dado reforça a necessidade urgente de políticas públicas e ações de conscientização para diminuir o consumo da substância.
Efeitos do álcool na saúde
O impacto do álcool não se limita a acidentes de trânsito ou episódios de violência. O uso excessivo está diretamente relacionado a diversas doenças graves, como:
Gastrite – inflamação no revestimento do estômago.
Hepatite alcoólica e cirrose – danos progressivos e irreversíveis no fígado.
Pancreatite – inflamação dolorosa no pâncreas.
Neurite ou polineuropatia alcoólica – lesões nos nervos, que podem causar dor, fraqueza e formigamento.
Cânceres – especialmente na boca, esôfago, faringe e fígado.
Transtornos mentais – como ansiedade, depressão e psicoses induzidas pelo álcool.
Casos mais graves incluem a síndrome de Wernicke-Korsakoff, que compromete memória e coordenação motora, além de outros transtornos neuropsiquiátricos
João Maria Vicente, com Metrópoles
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