
A Concessionária Rumo Malha Oeste pretende manter sob sua gestão apenas cerca de 300 quilômetros do total de 1.973 km da ferrovia que liga Mairinque (SP) a Corumbá (MS). O trecho em questão vai de Ribas do Rio Pardo a Três Lagoas, passando por Água Clara. Além disso, a empresa planeja construir 144 km de novos trilhos e revitalizar mais 47 km na região de Corumbá, com o objetivo de viabilizar o transporte de cargas mais lucrativas, como celulose e minério.
Essas propostas fazem parte de um acordo elaborado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que prevê a administração de 491 km pela concessionária e a devolução de 1.600 km (aproximadamente 81% da malha original) à União.
As informações estão detalhadas em um despacho do ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da União (TCU), datado de 9 de maio. No documento, Cedraz critica a permanência da empresa à frente da ferrovia, alegando descumprimento de metas e abandono da infraestrutura. Para ele, o acordo representa uma transformação profunda do contrato original, afastando-se completamente dos termos iniciais.
“O que se propõe aqui é uma reformulação completa do contrato de concessão: com prorrogação de prazo, exclusão de trechos, inclusão de novos ramais e redefinição de metas e responsabilidades – tudo isso sem respaldo jurídico no acordo vigente”, afirmou o ministro.
João Maria Vicente, com Correio de Estado
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