“Só queria mais um abraço”: mãe usa redes sociais para homenagear filho que morreu em acidente há 9 dias e faria 21 anos hoje

“Só queria mais um abraço”: mãe usa redes sociais para homenagear filho que morreu em acidente há 9 dias e faria 21 anos hoje

“Só queria mais um abraço”: mãe usa redes sociais para homenagear filho que morreu em acidente há 9 dias e faria 21 anos hoje

Em uma emocionante publicação nas redes sociais, Edilaine Cacela dos Santos, moradora de Água Clara (MS), prestou uma homenagem ao filho, Fernando Iran Santos Zanholo, que hoje completaria 21 anos. O jovem morreu em um trágico acidente de moto no sábado (19), a caminho do trabalho, em Três Lagoas.

No desabafo, Edilaine compartilhou a dor de não poder celebrar mais um aniversário do filho, como fazia todos os anos:

“E hoje te dou os parabéns. Queria muito te dar esse abraço hoje. Apenas 21 anos, meu bebê… Infelizmente, não haverá abraço, não haverá comemoração — apenas a tristeza de saber que você não está mais conosco. Apenas a certeza de que te amo eternamente.”

Ela contou que sempre se dedicava a preparar surpresas para os aniversários dos filhos e, nesta semana, estaria com Fernando para comemorar a data. “Quando meus filhos fazem aniversário, geralmente organizo bolo, surpresa… E essa semana era pra eu estar lá com ele”, desabafou, ao compartilhar uma lembrança registrada em uma imagem.

Ainda fragilizada pela perda, a mãe revelou que não passou bem nos últimos dias e que tenta, aos poucos, retomar a rotina:

“Pedi pra voltar a trabalhar, e tô indo. Mas estou tão desacreditada… Sempre busquei força na fé, e agora não sei mais. Às vezes, guardo tudo pra mim, esperando o entendimento da aceitação.”

A dor que hoje parece incompreensível para ela contrasta com o sentimento de resignação que teve em outras perdas na família. Edilaine já havia enfrentado o luto pela mãe, avó e uma tia — pessoas muito queridas — mas, segundo ela, havia conseguido aceitar os desígnios de Deus:

“Minha mãe ia ficar com metade do corpo paralisado. Quando a visitei em Campo Grande, ela faleceu naquela madrugada. Agradeci a Deus, porque ela dizia que não queria depender de ninguém.”

“Minha avó ficou anos em estado quase vegetativo, e vi aquilo como um descanso pra ela. Minha tia era uma pessoa boa, internou e faleceu logo depois, sem sofrimento. Eu agradeci porque ela não merecia passar por dor.”

Com Fernando, a sensação é diferente. A saudade é avassaladora, e a vontade de tê-lo de volta é constante.

“Eu só queria mais uma chance de abraçá-lo, dizer o quanto eu o amo e o quanto ele significou pra todos nós. Ele foi uma luz na vida do avô, da avó, do pai dele e na minha.”

A mãe recorda com carinho o jeito doce e acolhedor do filho:

“Ele tinha um abracinho quente… Todo aquele tamanho e te abraçava fofo, falava calmo. Ainda estou tentando usar o verbo no tempo certo… ‘tinha’, não ‘tem’.”

Com voz embargada, ela ainda compartilha memórias afetuosas:

“Quando ele ficava bravo, fazia biquinho. Chamávamos ele de ‘biquinho de bolinha’. E ele nunca me ignorava. Nunca.”

Apesar da dor, Edilaine ainda sente a presença do filho como se ele estivesse por perto. “Para mim, ele ainda está neste plano”, escreveu.

João Maria Vicente

Foto – Arquivo pessoal